Pavor com bancos ofusca Obama e Bovespa zera ganho do ano
20 de Janeiro de 2009 | 18:50
Por Aluísio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - Uma nova onda de pavor em relação à saúde de grandes bancos varreu os mercados de ações nesta terça-feira, ofuscando o ânimo com a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A Bovespa seguiu a tendência mundial e enxugou os ganhos de 2009.
O Ibovespa tombou 4,01 por cento, para 37.272 pontos, o menor patamar de fechamento no ano. O giro financeiro da sessão somou 2,87 bilhões de reais.
O temor de que grandes grifes financeiras, como Barclays, BNP Paribas, Citigroup e Bank of America, voltem a buscar ajuda estatal para cobrir mais rombos relacionados à crise de crédito apavorou o mercado, fazendo as ações desses bancos tombarem mais de 10 por cento.
O medo foi reforçado na segunda-feira, quando o Royal Bank of Scotland revelou ter fechado 2008 com um prejuízo equivalente a 41 bilhões de dólares.
"O investidor agora teme que o pior momento da crise pode ainda não ter passado, como se pensava", disse Pedro Galdi, analista de investimentos da corretora SLW.
Diante disso, toda a expectativa em torno do início da "era Obama" na Casa Branca, com possíveis indicações de medidas de maior impacto para combater a crise, ficou em segundo plano.
Na esteira internacional, o setor financeiro puxou a fila das perdas na bolsa paulista, tendo à frente Banco do Brasil, que despencou 6,86 por cento, a 13,45 reais. Logo atrás, Itaú perdeu 6,83 por cento, a 22,64 reais.
OUTRAS QUEDAS
Mas o pessimismo acabou se espalhando para todo o mercado, acertando em cheio as ações de empresas de commodities, o setor de maior peso no Ibovespa.
Em destaque, CSN perdeu 6,7 por cento, para 33,47 reais. Vale teve retração de 4,1 por cento, cotada a 25,30 reais.
Para piorar, as ações da Aracruz desabaram 11,3 por cento, a 2,35 reais, depois de a companhia chegar a um acordo para saldar uma dívida de 2,13 bilhões de dólares com bancos, referente a perdas com derivativos cambiais.
O acerto permitiu a retomada da fusão com a Votorantim Celulose e Papel, mas não comoveu o mercado.
O UBS Pactual manteve recomendação de venda para as ações da Aracruz.
Operadores apontaram novas saídas de recursos externos, tendência que já vinha sendo observada nas últimas sessões. O saldo das transações realizadas por investidores estrangeiros no mercado à vista inverteu o sinal, passando a acumular saída líquida de 249 milhões de reais nos primeiros 15 dias de 2009.
2 comentários
Olá inclui o seu site na minha relação de links: http://www.horusstrategy.com.br/links/
ResponderExcluirAbs.,
Daniel
Ok Daniel!
ResponderExcluirAbs e bons trades.
Tobeca