Bovespa foi melhor aplicação do mês; ouro é último em ranking de ganhos
GIULIANA VALLONE - DE SÃO PAULO
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registrou em julho a maior variação mensal desde maio de 2009 e voltou a liderar o ranking das aplicações mais rentáveis em julho.
Tradicional refúgio em tempos adversos e melhor aplicação no mês passado, o ouro desvalorizou 3,91% no período, considerando os preços negociados na BM&F, e caiu para último lugar.
A Bolsa de Valores acumulou alta de 10,8% no mês, conforme a variação do índice Ibovespa ("benchmark" para a maioria dos fundos de renda variável). A taxa de câmbio, por sua vez, desvalorizou 2,7%.
A alta no mês marca uma virada no mercado de ações brasileiro, que registrou entre abril e junho o seu pior trimestre (retração de 11,9%) desde as turbulências da segunda metade de 2008. Em meio à crise dos "subprimes", o "termômetro" da Bolsa apresentou desvalorização de 25,2% no penúltimo trimestre daquele ano.
De acordo com Kleber Hernandez, analista de investimentos da corretora Spinelli, porém, mesmo com o mês bastante positivo é preciso cautela na hora de entrar na Bolsa. "Ainda há muitas ressalvas. A Europa, embora mostra indicadores de recuperação, ainda pode trazer notícias que deixem o mercado novamente negativo. Além disso, ainda indicadores contraditórios nos Estados Unidos", diz.
"A Bolsa é sistêmica. Isso pode pegar muitos investidores de surpresa, caso se posicionem com força em uma Bolsa que ainda está em um cenário incerto", afirma.
A renda fixa protegeu neste mês o dinheiro do investidor da inflação, que foi de 0,15%, pelo índice IGP-M, muito utilizado nos contratos de aluguel. A taxa do CDB teve retorno de 0,85%, enquanto o CDI (referência para boa parte dos fundos) oscilou 0,86%. Já a popular caderneta de poupança teve rentabilidade de 0,62%.
ANO
Apesar da valorização de julho, a Bovespa se mantém na última posição do ranking dos investimentos no ano. O Ibovespa acumula desvalorização de 1,56% entre janeiro e julho, enquanto o ouro (pela cotação BM&F), ainda a melhor opção, teve ganho de 14,84% no mesmo período.
O dólar teve oscilação de 0,75%, bem abaixo da rentabilidade vista em aplicações de renda fixa, como o CDB (5,34%) e da referência dos fundos, o CDI (5,18%). A poupança, por sua vez, teve retorno de 3,87% em sete meses.
Nos sete primeiros meses do ano, a inflação acumulada foi de 5,85% (IGP-M).
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