Do G1, com informações da Reuters.

A Sadia não forneceu detalhes das operações que geraram a perda de R$ 760 milhões, que será contabilizada no balanço trimestral a ser divulgado em breve, informando apenas que foram negócios com futuros e com opções no mercado cambial. A perda é superior ao lucro da empresa no ano passado (R$ 689 mihões).

Com as operações no mercado internacional, a empresa buscava ter lucro com a eventual manutenção da tendência de valorização do real ante o dólar, o que acabou não acontecendo devido ao agravamento da crise financeira nos Estados Unidos. Existe no mercado uma discussão sobre o caráter especulativo deste tipo de operação.

O diretor de Controladoria e Relações com Investidores, Welson Teixeira Junior afirmou que as posições da empresa nos derivativos de câmbio excederam as políticas da companhia e que por isso foi necessário realizar o enquadramento, por meio da liquidação dos contratos, assumindo os prejuízos.

"Isso ocorreu de maneira bastante rápida, em meio à crise. Assim que foi detectado, o conselho tomou conhecimento e imediatamente determinou o reenquadramento", afirmou o executivo, acrescentando que a companhia vai investigar de forma detalhada o ocorrido.

O "rombo" da Sadia inclui também alguns investimentos no banco norte-americano Lehman Brothers, que entrou em colapso na semana passada. "Eu prefiro dar esse número (de perdas no exterior) em outra oportunidade. Estamos fazendo todo um levantamento, para saber quanto de Lehman, quanto de outros fundos", afirmou o diretor.

O diretor afirmou que a perda financeira não deverá afetar de forma significativa os planos de investimento da empresa, mas que poderá ocorrer uma revisão. Ele disse que a Sadia possui amplas condições de superar o problema. "A atividade operacional está muito forte e estamos muito animados com o que vem pela frente", afirmou.